São mais de 50 carros espalhados pela cidade com diversas opções culinárias para todos os estilos e gostos.
A moda dos food trucks caiu, definitivamente, no gosto dos cearenses. Com um cardápio diferenciado, os carrinhos adaptados atraem cada vez mais o público local com comidas de todos os tipos e preços.
Coloridos, modernos e estilosos, os food trucks chegaram ao Brasil em 2012, quando os primeiros modelos gourmet surgiram em São Paulo. Em Fortaleza, a tendência ganhou força a partir do final de 2014, e hoje, já são mais de 50 carros espalhados pela cidade, de acordo com o presidente da Associação Cearense de Food Trucks, Lucas Donadel.
Com decoração regionalista e cardápio que remete a culinária nordestina, o Rapadura Food Truck chama a atenção por onde passa. “Nós queríamos fazer algo que lembrasse as raízes, por isso o estilo e o nome rapadura; e nossa comida é simples, mas não é nada copiado, nós que criamos.”, conta Eduardo Campelo, um dos sócios do negócio.
O empresário, que é formado em jornalismo, trabalhava há seis anos na profissão, mas decidiu estudar gastronomia e investir no negócio próprio. “Eu trabalhava com assessoria e o salário era muito baixo. Surgiu, então, a oportunidade de estudar gastronomia no Senac”, revela.
Campelo trabalhou em restaurantes renomados de São Paulo, inclusive no DOM, de Alex Atalla, chefe reconhecido internacionalmente. “No DOM eu conheci o Lucas (sócio) e a gente tinha essa vontade de montar um food truck. Desenvolvemos todas as ideias e conseguimos um investidor para viabilizar o negócio”, explica.
Desde o início, os proprietários do Rapadura food truck investiram nas redes sociais para fomentar as vendas. “Nós temos um publicitário que faz toda a divulgação de cardápio, agenda e promoções no Instagram e Facebook. Sempre estamos interagindo com os seguidores na rede”, ressalta.
Outro truck que tem feito sucesso na cidade é a Black Pizza Food Truck. Que, nos primeiros meses de funcionamento, já conseguiu recuperar parte do dinheiro investido e ainda comprou outro truck. “Tem valido muito a pena investir nesse negócio. Por onde passamos as pessoas elogiam nossa pizza. Já viajamos por alguns estados do Nordeste e muitos pedem para abrirmos uma franquia”, comenta. Priscila, entretanto, diz que no momento o objetivo é atender o público local. “A gente está pensando em primeiro abrir o delivery para atender o pessoal de Fortaleza”, conclui.
Os consumidores elogiam o cardápio servido pelos trucks, como é o caso do vendedor Victor Jano, que adora experimentar novos sabores. “Já comi várias vezes, é muito bom”, diz. O universitário Márcio Paulo também elogia a comida. “Como não sou chegando a fast food, prefiro uma comida mais leve, por isso opto pelos carrinhos que vendem algo mais natural, e é muito bom”, declara.
Danadel acredita que há muito modismo e despreparo devido à grande procura de pessoas em investir nesse empreendimento. “Com o tempo só vão continuar trabalhando com food truck aquelas pessoas que realmente se prepararam e estudaram para o negócio”, avalia.
Infraestrutura e Regulamentação
Quem quer empreender neste setor tem que ficar atento. De acordo com o Sebrae, a infraestrutura necessária para montar um food truck deve ser planejada para poder atender às necessidades de preparação e comercialização dos alimentos, segundo às exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) municipal e estadual, Prefeitura, Denatran (Departamento Nacional de Trânsito e Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O investimento pode variar entre 50 a 70 mil reais ou a valores mais altos, em torno de 200 mil reais, dependendo da tecnologia utilizada, adequações de suspensão e freios para tolerar o peso da cozinha e os equipamentos instalados.
O Sebrae ainda orienta, que é necessário pesquisar sobre o negócio antes de investir no novo mercado. O empreendedor precisa analisar diversos fatores como público-alvo, financiamento, localização, capital de giro, produtos e serviços, marketing, etc.
No Brasil apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo possuem legislação em vigor para o setor. Em Fortaleza, dois projetos de lei municipal tramitam na câmara e visam regulamentar a atividade na cidade. Lucas Donadel revela que vai se reunir com os demais donos de food truck para analisar alguns itens do projeto para que se adequem as necessidades de quem investe na área.
Serviço
Para quem se interessar em investir, o Sebrae criou uma página onde disponibiliza todas as informações sobre o empreendimento. Acesse a publicação aqui.
E ainda é possível saber como montar um food truck. Confira.
Camila Vasconcelos